Walter Lewy

Walter Lewy

Walter Lewy
(Bad Oldesloe, Alemanha 1905 - São Paulo SP 1995)



 Gravador, pintor ilustrador, paisagista, desenhista e publicitário. Estuda na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, Alemanha, entre 1923 e 1927. Nesse período, filia-se à tendência do realismo mágico. Já em 1928, participa de coletivas em Dortmund, Gelsenkirchen, Boclusim e outras cidades. Com a crise econômica de 1929, Lewy perde seu emprego de desenhista numa gráfica e vai viver com os pais no interior, tornando-se ilustrador de anedotas em jornais. Realiza sua primeira exposição individual em Bad Lippspringe em 1932, mas ela é fechada quando a Câmara de Arte Alemã proíbe a participação de judeus na vida artística. Escapando dessa situação opressora, o artista imigra para o Brasil em 1938, retomando profissionalmente a pintura. Deixa para trás centenas de trabalhos, que são enviados para a Holanda e perdidos durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No Brasil, fixa-se em São Paulo. Nos primeiros anos faz desenho publicitário e mais tarde capas de livros e ilustrações para diversas editoras. Ilustra obras de Bertrand Russell, Machado de Assis e Arnold Toynbee, entre outras. Mais tarde, emprega-se como diagramador, letrista e arte-finalista nas agências de propaganda De Carli, Lintas Publicidade, Martinelli, Santos & Santos e Thompson Propaganda.

Comentário crítico
Walter Lewy é apontado como um dos principais nomes do surrealismo no Brasil, tanto que o próprio artista declara: 

"Acredito que o surrealismo tenha sido, para mim, uma necessidade de renovação, não só adequada ao momento (de entre guerras) que vivíamos, mas inclusive uma entrada num campo inesgotável. Para mim, o surrealismo é inesgotável, renova-se sempre e, pelo seu próprio conteúdo, permanece atual."

Sua pintura constitui-se de um imaginário pessoal irracional e delirante, em que se mesclam paisagens lunares, plantas fantásticas, objetos amorfos e indefinidos, inseridos num espaço espectral e onírico. Há em suas telas algo do imobilismo e da transcendência das obras metafísicas de Giorgio de Chirico. O artista se vale de massas cromáticas chapadas e intensas, e evoca o universo imaginário de escritores como Júlio Verne e Edgar Allan Poe, e de pintores como Max Ernst e Yves Tanguy. Em relação à obra de Lewy, o crítico Sérgio Milliet observa que ela possui uma primeira fase de deformação da figura e de exploração do absurdo poético, passando então pela experiência das formas em liberdade até chegar, afinal, à pintura de um mundo de fantasia cósmica. Ainda segundo o crítico, o domínio de seu instrumento de trabalho é perceptível por meio de sua obra, na limpeza da execução e na consciente harmonia do colorido e dos valores.

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