Nascimento: 1950
Pintor, desenhista, escultor e litógrafo, o paulistano é conhecido por fazer obras transcendentais e etéreas. No abstracionismo de seus trabalhos surgem pinceladas dos mestres renascentistas, em especial de Michelangelo, por quem o artista plástico sente-se influenciado. Em suas mãos, as misérias e tragédias humanas — em especial as brasileiras — são transformadas em arte. Autodidata, inicia seus primeiros estudos de pintura o painel "Alegoria Al Carnaval".
Em 1973, participa da exposição Imagens do Brasil, em Bruxelas e, em 1974, realiza sua primeira exposição individual, no MASP - Museu de Arte de São Paulo.
De 1971 a 1975, cursa Engenharia na Universidade Mackenzie. Dali em diante, realiza inúmeras exposições, entre as quais se destacam em 1978, exposição na I Bienal Ibero-Americana na Cidade do México; em 1979 e 1987, individuais no MASP; em 1984, individual no MAB/FAAP; e em 1989 individual na Galerie Furstenberg, em Paris.
Em 1981, inicia etapa social de sua pintura, com a realização do painel "Os Trabalhadores", para o Banco Itaú, em São Paulo.A obra de Carlos Araujo evidencia um perfeito domínio da técnica, aliada ao talento que demonstrara desde criança.
Seus temas são cheios de inspiração social: a sociedade brasileira lhe fornece a matéria para transformar em arte as misérias e tragédias humanas. Suas pinturas são carregadas de espectros e assumem um tom metafísico pela definição fugidia das figuras humanas, conquistada através da construção de espaços etéreos, sem profundidade ou peso.
A "Bíblia - Citações" não foi a primeira obra de Carlos Araujo entregue a um Pontífice. O painel “Anunciação” foi enviado pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II, em 1980, e agora se encontra no Museu do Vaticano.
O artista plástico paulista Carlos Araujo iniciou, há 15 anos, um projeto ousado: pintar 900 telas retratando passagens de toda a Bíblia. Os quadros foram reproduzidos em livro, junto com uma versão ecumênica do texto sagrado, resultando na "Bíblia - Citações", uma edição de 685 páginas, que mede 50cm por 30cm e pesa 7 quilos.
O trabalho agradou Papa Bento XVI a ponto de fazê-lo escrever um prefácio para a primeira edição, que foi lançada no dia 1º de dezembro na Bienal de Arte Contemporânea de Florença, na Itália. A edição ainda traz introdução e apresentação de Dom Mauro Piacenza, arcebispo de Vittoriana, e Dom Emílio Pignoli, 1º Bispo Diocesano de Campo Limpo, respectivamente. O primeiro exemplar foi entregue ao Pontífice em março deste ano, em sua visita ao Brasil. Cada Bíblia vem com uma gravura feita por Carlos Araujo especialmente para a edição - são 35 imagens diferentes com cem cópias cada, totalizando 3.500 exemplares da tiragem em português.
Carlos Araújo foi o primeiro artista brasileiro a expor no Vaticano.