Florian?Raiss (Rio de Janeiro, 1955 – São Paulo, 2018) foi um artista plástico brasileiro de ascendência alemã, consagrado por suas esculturas, desenhos e cerâmicas que entrelaçam o real e o fantástico com forte teor simbólico. Estudou na Accademia di Belle Arti di Firenze, em Florença, entre 1973-74; na Accademia di Belle Arti di Roma, em 1974-75; e na Academia de San?Carlos – Universidad?Nacional?Autónoma de México, na Cidade do México, de 1975 a 1977.
Desde cedo, Raiss desenvolveu uma linguagem própria pautada pela figura humana, frequentemente deformada ou metamorfoseada em seres quadrúpedes — figuras humanas em quatro apoios — e por composições que mesclam mitologia clássica, erotismo e simbolismo.
Seu trabalho contempla tanto desenhos em nanquim e aquarela quanto esculturas em bronze, cerâmica ou esmalte, materializando esse universo interno que define como “um mosaico que poderá se tornar um espelho”.
A obra de Florian Raiss convive com dicotomias: civilização versus natureza, humano versus bestial, mito versus cotidiano. Em muitos momentos, o artista propõe um mergulho na condição humana pela via da ambiguidade, da figuração ancestral e da fantasia discreta que se insinua no banal.
Alguns marcos de sua carreira incluem exposições individuais e coletivas importantes no Brasil e no exterior, a inserção de suas peças em acervos de instituições como o Museu de Arte Moderna de São?Paulo (MAM-SP), o Museu Afro Brasil e o Museu de Arte Contemporânea – Coleção Gilberto?Chateaubriand (Rio de Janeiro).
Em 26 de março de 2018, o artista faleceu em São Paulo vítima de uma parada cardíaca aos 62 anos.
Sua produção permanece relevante no campo da arte contemporânea brasileira, pela capacidade de conjugar domínio técnico, imaginação simbólica e uma poética singular que interroga quem somos enquanto seres humanos em permanente transformação.