Na arte de Juazeiro do Norte, há um nome que é unanimidade: Nino. Como tantos outros artistas brasileiros, Nino era analfabeto, mas suas obras agora estão em renomadas galerias e nas mãos de colecionadores no Brasil e ao redor do mundo. Nino nasceu em 1920 e faleceu em 2002, permanecendo toda a sua vida em Juazeiro do Norte.
Um dia, Nino encontrou um jovem vizinho chamado José Eloni da Silva, que ele convidou para ajudá-lo no corte e lixamento de suas peças. Eloni, inicialmente sem entender muito do que se tratava, recorda: "Ele disse: 'Aprenda, isso vai ser bom para você'. Então eu fiquei lá, aprendendo e trabalhando. Já são nove anos desde então. Depois que seu Nino faleceu, eu continuei no meu canto, fazendo o que gosto e aprendi. Eu corto com intuição, talho com martelo e, às vezes, faço marcas. A própria madeira me diz o que será. Quanto mais torto o galho, melhor. Eu assino minhas peças como Eloni. Seu Nino gostava de fazer o Mateo. Eu também. Mas agora estou fazendo bancos. Antes eu nem sabia pegar num machado. Ele foi um ótimo professor. Se não fosse por ele, ainda estaria na roça em Milagres (CE). Penso nas histórias que ele contava. Começou fazendo carrinhos e macaquinhos para vender na feira em Crato (CE), trocando por comida. Agora, quero seguir em frente, encontrar meu próprio caminho e ser reconhecido por onde passar pelo que faço.