Nilson Pimenta
1956, Caravelas | BA - Brasil
2017, Cuiabá | MS - Brasil
Migrante com a família para o Mato Grosso aos seis anos de idade, Nilson passa a meninice na roça. Desse tempo escreve Aline Figueiredo: “Os campos da Barra do Garças, Brasilândia, Finca-Faca, Irenópolis e Jaciara o viram crescer plantando arroz, feijão, milho, amendoim e mandioca em terra de toco, apenas desmatada e não mecanizada.” Datam daí os primeiros ensaios de desenho no chão, em cancela, onde desse. Percorreu várias localidades trabalhando como peão, lavrador e cortador de cana, antes de ir morar em Cuiabá, em 1978.
Começou a desenhar com lápis de cor no mesmo ano e só entrou em contato com as tintas em 1980. O encontro com a pintura levou-o a trabalhar como guarda-vigilante e depois como supervisor do Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso. A imersão da figura humana na sua paisagem de inconfundível grafismo, nos anos 1980 e 1990, não impede que a cor forme com este uma trama cerrada, em que predominam azuis, e verdes, e marrons. Seu trabalho é movimentado por uma crispação dramática, e seu olhar, contemporâneo e ágil nos temas que representa, pode ir desde um casamento no Pantanal até os crimes em série do “motoboy” paulistano. Participou da Bienal Naïfs do Brasil (1988 e 2000) e da “Mostra do Redescobrimento” Brasil 500 (2000). Em 1996, começou a experimentar a escultura.
Fonte: Pequeno Dicionário do Povo Brasileiro, século XX | Lélia Coelho Frota – Aeroplano, 2005