Nascimento: 1947
Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte. Nasceu em Goiás Velho (Goiás) e muda-se para Goiânia em 1950, onde estuda pintura com D. J. Oliveira (1932-2005) e Cleber Gouvêa (1942-2000), em 1960, ano em que também é aluno-ouvinte da Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiânia.
Entre 1969 e 1971, frequenta os ateliês de Bernardo Cid (1925-1982) e Walter Levy (1905-1995), em São Paulo, integrando o grupo que faz a exposição Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta. Em 1975, com o prêmio viagem ao exterior, reside entre capitais européias e o Brasil.
Em 1979, inicia o Projeto Ver-A-Cidade, realizando diversas interferências no espaço urbano de Goiânia. Entre 1985 e 1987, faz direção de arte para documentários de televisão como Xingu, concebido por Washington Novaes, premiado com medalha de ouro no Festival Internacional de Televisão de Seul. Desde 1986, realiza monumentos públicos, baseados na realidade social do país. Entre 1992 e 1997, ilustra vários livros, como O Desafio do Branco, de Antonio Carlos Osório, O Forasteiro, de Walmir Ayala (1933-1991), e Contos que Valem uma Fábula: História de Animais Animados, de Katia Canton (1962), entre outros.
A pintura de Siron Franco tem sido associada por alguns críticos à produção do artista inglês Francis Bacon (1909-1992), por ser povoada por seres monstruosos ou por revelar uma dimensão aterrorizadora. Nas séries Fábulas de Horror (1975) ou Semelhantes (1980), pinta figuras de ar sinistro, que não têm traços distintivos ou que apresentam deformações. E
mprega frequentemente o plano de fundo negro em seus quadros, utilizando uma gama cromática escura, na qual predominam marrom e vermelho. Como nota a crítica inglesa Dawn Ades (1943), na série Peles (1984) o artista cria superfícies de grande sensualidade, que envolvem também uma ambigüidade: escondem a violência e a crueldade necessárias para sua produção. Já nos quadros da série Césio (1987), concebidos com uma gama muita restrita de pigmentos, o pintor comenta a tragédia ocorrida em Goiânia, ocasionada pelo vazamento de material radioativo.
Em obras do fim da década de 1990, o artista passa de uma figuração mais evidente para a utilização de grandes planos cromáticos, em obras quase abstratas, nas quais emprega diversas técnicas: colagens, desenhos e grafismos. Como aponta Dawn Ades, sua produção destaca-se pela inovação formal, pelo compromisso com o satírico, que convive de maneira inusitada com a pintura "séria", e pela referência a importantes questões políticas e sociais, como a ecologia e a defesa dos povos indígenas. Para Siron Franco "a arte tem a finalidade de tentar dias melhores para o homem". Ele afirma: "eu tento, ao meu modo, testemunhar a minha época, o que faço é uma crônica subjetiva da época em que vivo