Nascimento: 1931
Morte: 2010
Wesley Duke Lee nasceu em São Paulo (SP) e foi desenhista, gravador, artista gráfico, professor. Faz curso de desenho livre no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1951. Um ano depois, viaja para os Estados Unidos e estuda na Parson's School of Design e no American Institute of Graphic Arts, em Nova York, até 1955. Nessa época, acompanha as primeiras manifestações da arte pop e vê trabalhos de Robert Rauschenberg (1925-2008), Jasper Johns (1930) e Cy Twombly (1928-2011). No Brasil, em 1957, deixa a publicidade e torna-se aluno do pintor Karl Plattner (1919-1989), com quem trabalha em São Paulo e, posteriormente, na Itália e na Áustria, até 1960.
Nessa época, vive também em Paris, freqüenta a Académie de la Grande Chaumière e o ateliê de Johnny Friedlaender (1912-1992). Retorna ao Brasil em 1960. Em 1963, inicia trabalho com os jovens artistas Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945), José Resende (1945), Luiz Paulo Baravelli (1942), entre outros. Nesse ano, realiza, no João Sebastião Bar, em São Paulo, O Grande Espetáculo das Artes, um dos primeiros happenings do Brasil. Procura organizar um movimento artístico, o realismo mágico, com Maria Cecília (1928), Bernardo Cid (1925-1982), Otto Stupakoff (1935-2009) e Pedro Manuel-Gismondi (1925-1999), e outros. Em 1966, com Nelson Leirner (1932), Geraldo de Barros (1923-1998), José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser, funda, como reação ao mercado de arte, o Grupo Rex, que existe até 1967.
Comentário Crítico
Wesley Duke Lee é pioneiro na incorporação dos temas e da linguagem pop no Brasil. Em 1963, cria o movimento realismo mágico, com Marcia Cecília, Pedro Manuel-Gismondi, Otto Stupakoff e Carlos Felipe Saldanha. O aspecto figurativo do movimento é uma alternativa à academicização do abstracionismo no Brasil.
Ainda em 1963, ensina artistas como Carlos Fajardo, Frederico Nasser, José Resende e Luiz Paulo Baravelli. Duke Lee trabalha intensamente com esses alunos, por cerca de dois anos. No período, o trabalho do pintor sai do plano e ganha o espaço tridimensional. Obras como O Trapézio ou Uma Confusão, 1966 e O Helicóptero, 1967 já se articulam como ambientes. Em 1969, mora na Califórnia, onde faz experiências com novas tecnologias e leciona na Universidade do Sul da Califórnia, em Irvine. Durante a década de 1970, lida com outras tradições, como a cartografia, a caligrafia oriental e os desenhos de botânica.