Da Vinci pode ter pintado o fundo da obra com um composto mineral raro e instável, deixando resquícios também em outra pintura famosa, "A Última Ceia".
Esta obra apresenta um composto mineral incomum em sua camada de fundo, segundo descobriram cientistas.
O achado foi registrado nesta quarta-feira (11) no periódico Journal of the American Chemical Society. Para obter mais pistas sobre a paleta e a técnica de Da Vinci, os pesquisadores analisaram vários fragmentos de outra obra famosa do artista: a A Última Ceia (1495–1498).
O estudo foi conduzido por especialistas do Instituto de Pesquisa em Química de Paris (CNRS), do Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França, do Museu Louvre e da Instalação Europeia de Radiação Síncrotron (ESRF).
A equipe utilizou várias técnicas, incluindo difração de raios X de alta resolução com radiação de síncrotron, microdifração de raios X e espectroscopia de infravermelho. Os resultaram mostraram a presença de uma composição incomum na camada de fundo das duas obras analisadas.
Em busca de mais informações, os cientistas analisaram manuscritos e traduções das "receitas" de Da Vinci. "Isso foi incrivelmente difícil porque as palavras que Leonardo usou são muito diferentes da terminologia atual e devido à diferença entre os termos usados em pintura e química", explica Marine Cotte, cientista da ESRF e coautora do estudo.
A equipe encontrou uma referência a um composto químico em um dos textos do artista, mas esse foi apenas mencionado no contexto de uma prática farmacêutica. Apesar disso, os cientistas acreditam que Da Vinci também pode tê-lo usado em pinturas.
O gênio provavelmente se esforçou para preparar uma tinta espessa para cobrir o painel de madeira de Mona Lisa, e assim possivelmente também fez em outras obras. "Com este estudo, fornecemos elementos-chave para entender as receitas de Da Vinci e a evolução de suas pinturas ao longo do tempo", diz Gonzalez. "Os resultados da pesquisa mostram que ele experimentou com a preparação de camadas de fundo espessas e opacas", conclui.
fonte: revistagalileu